Diagnóstico de Investimentos das Fundações
Como as entidades atuaram em 2023 e quais tendências de gestão e alocação de ativos continuam para 2024
O Diagnóstico de Investimentos das Fundações, pesquisa anual da Mercer Brasil, traz respostas a questões cruciais para identificar os temas que pautaram a agenda das entidades de previdência complementar ao longo de 2023. O objetivo é avaliar como os fundos de pensão nortearam suas tomadas de decisão para composição de suas carteiras de investimento, frente a oscilações observadas no mercado financeiro, e em linha com o contexto econômico do Brasil no ano anterior.
Este é o ponto de partida traçado pelo estudo, sempre com olhos no futuro do setor. As informações fornecidas pelas EFPCs permitem enxergar além das práticas e diretrizes que já se destacam na atuação das entidades, para trazer as percepções que permeiam o perfil de investimentos das fundações de previdência, e influenciam a definição das políticas das alocações de recursos para 2024.
Panorama do setor: o que o mapeamento revelou
O relatório de insights foi baseado nas respostas de 40 entidades coletadas no último quarter de 2023 – que respondem por 108 planos sob gestão e um patrimônio total de R$ 181 bilhões.
Nesta edição, a pesquisa contou com uma alteração na coleta de dados sobre os planos de Benefício Definido, Contribuição Variável e Contribuição Definida. Foram apuradas conjuntamente parte das informações referentes a investimentos nas categorias BD e CV, além das obtidas especificamente junto às entidades que possuem planos CD.
Bilhões de reais mm patrimônio total
Planos sob gestão
Entidades Participantes
-
100% entidades participantes do diagnóstico possuem mais de 25% de suas alocações anuais de ativo em renda fixa.
-
Quase 70% das fundações de previdência concentram hoje menos de 10% de seus investimentos em renda variável.
-
Cerca de 50% das EFPC declararam não ter investimento relevante em outro fator de risco complementar à renda fixa.
-
Asset Liability Management (ALM) é a modalidade de estudo técnico mais adotado, de modo individualizado ou combinado a Cash Flow Matching (CFM) e Fronteira Eficiente.
-
22% das entidades contam apenas com um gestor de recursos terceirizados, enquanto 40% das EFPCs possuem 5 ou mais gestores à frente da administração de seus ativos.
-
69% das fundações de previdência já oferecem opções de perfis de investimento, e outras 9% estão implementando ou pretendem avaliar.
-
Grande maioria das EFPCs tende a manter seus portfólios de investimento inalterados em 2024, e manifestam a intenção de aumentar o respaldo de renda fixa em suas alocações.
Tendências que evidenciam dores e desafios da previdência complementar
Ao concentrar ainda mais o seu foco em identificar o que predominou nas políticas de investimento das fundações em 2023 e o que deve permanecer em 2024, o mapeamento do estudo evidencia ainda resultados que guardam relação com as dores conhecidas do setor de previdência complementar.
As atenções se voltam, sobretudo, para alguns insights, entre eles o índice de satisfação das entidades quanto ao desempenho de seus gestores. As opiniões dos participantes se polarizam em dois grandes blocos.
Embora 54% das EFPCs afirmaram estar satisfeitas ou muito satisfeitas com seus gestores, 46% manifestaram insatisfação, ainda que mantenham perspectiva de melhora ou já considerando uma análise para alteração do gestor.
Essa percepção compartilhada pelas entidades gera um questionamento importante, no sentido de conhecer e compreender o quanto essa dicotomia de percepções se conecta aos próprios compromissos da previdência complementar fechada – orientados por assegurar solvência, liquidez, rentabilidade e resiliência para honrar obrigações junto aos beneficiários dos planos.
Do ponto de vista atuarial, a esses indicadores podem estar associados os principais desafios com os quais as EFPCs se deparam, ao buscarem maior eficiência e melhor performance, bem como uma equalização correta entre identificação, controle e mitigação de riscos em suas gestões e portfólios de investimentos:
-
Correção, com base em especialização técnica, de deficiências na capacidade dos gestores de performar de acordo com as metas atuariais.
-
Redesenho assertivo das Políticas de Investimento, alinhado a targets de retorno factíveis.
-
Gestão que equalize prós e contras da perda de autonomia de governança e da redução de responsabilidade e risco, decorrentes da decisão de uma retirada de patrocínio.
-
Avaliação das decisões de alocação recursos e de responsabilidades compartilhadas por resultados menores que o esperado.
-
Busca por modernização, por meio da ampliação de investimentos alternativos no portfólio de alocações.
-
Adequação das práticas a alterações estabelecidas por regulações recentes no setor, a exemplo das novas obrigações atreladas à retirada de patrocínio, estabelecidas com a entrada em vigor da Resolução No 59/2023 do CNPC, de dezembro do ano passado.
Diagnóstico de Investimentos das Fundações
Consultoria externa: contribuição estratégica para EFPCs
das entidades que possuem planos BD e/ou CV.
das que possuem planos CD orientam a definição de alocação de recursos por meio de Estudos Técnicos com apoio de Consultoria Externa.
-
Escolha e avaliação de gestores
-
Definição e redesenho de políticas de investimento
-
Criação e implantação de planos
-
Recomendação para mudança de portfólio
-
Alocações de recursos com base em estudos técnicos
-
Adequação a novas regulações do setor
-
Otimização da gestão de fundos
-
Transição de retirada de patrocínio e suporte a mudança de regramento de plano
Conheça como as soluções da Consultoria podem contribuir para estabelecer ou repensar os desafios presentes e futuros do setor de previdência complementar fechada.
Possui 25 anos de experiência no mercado financeiro e institucional, atuando com investimentos em assets com participação estrangeira e em grandes instituições bancárias brasileiras, além de ter desempenhado a função de Chief Investment Officer. Liderou o desenvolvimento de estudos técnicos de macro alocação e de cenários econômicos, definição de políticas e de estratégias de investimentos, implementação e avaliação de mandatos de riscos e de alocação de ativos.